A imigração é uma realidade histórica e está estreitamente ligada com as desigualdades de desenvolvimento e riqueza entre os países. Estas disparidades têm vindo a acentuar-se resultando num aumento do número de imigrantes, muitos deles, clandestinos. Assim sendo, muitas pessoas deixam o seu país procurando melhores condições de vida além fronteiras o que provoca alterações na geografia mundial pois envolve quer o país de origem quer o país de chegada. Este facto é principalmente constatado na União Europeia, em países como Portugal, Espanha ou Itália que até há poucos anos eram países de emigrantes levando à mudança lenta e difícil da legislação, de comportamentos e até de mentalidades.
Esta mudança conduz-nos, actualmente, à descoberta, nestes e outros Estados, de relatos de imigrantes simplesmente preocupantes. Estes indivíduos são vítimas de discriminação e de inferiorização, estando o principal problema relacionado com os que não têm a sua situação legalizada. Nestes casos, a condição de ser humano parece quase nem ser respeitada e tudo se complica. O acesso a hospitais, a habitação digna, a escolas para os filhos é sempre dificultado. Apesar das dificuldades os números são alarmantes, estima-se que mais de 3 milhões de imigrantes vivam clandestinamente na União Europeia superando em 1,6 milhões os imigrantes legais. Em parte este fenómeno crescente de ilegalidade deve-se aos inúmeros passos burocráticos que são exigidos pelos Governos e ao tempo e custos que a legalização acarreta.
No entanto, quer estejam legais ou não, são ainda injustiçados pela população em geral que deles desconfia e os toma como potenciais criminosos devido à sua problemática situação económica.
Perante este cenário complexo, o único argumento a favor dos imigrantes é a sua necessidade para fazer face à falta de mão-de-obra na Europa onde são precisos cerca de 44 milhões de imigrantes até 2050 para poder resolver esta situação deficitária. Eles são vitais quer para o crescimento económico, quer para manter o sistema de segurança social. Deste pormenor muitas pessoas não se lembram e mantêm uma atitude discriminatória e mesquinha perante estes seres humanos que têm, ou deveriam ter, os mesmos direitos que todos eles.
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